Suspiros, lágrimas, gargalhadas e
gritos abafados pelo travesseiro são apenas algumas das reações que fazem parte
da vida de todo leitor. Bom, a verdade é que essa combinação de respostas emocionais variam muito de pessoa para
pessoa, afinal tem gente que ama ler no ônibus e nem pode pensar em gritar
naquela cena que ficou o livro todo esperando para acontecer. Já outros têm o
coração bem forte e não choram nem diante do mais meloso dos romances.
Existem leitores de todos os
tipos, uns amam uma boa aventura, já tem quem morra por uma boa história de
terror. O importante é que cada um, com suas manias, gostos e preferências é um
ser único e especial.
Então se somos tão diferentes em
nosso gosto pessoal, como eu posso ter a certeza que existe uma grande possibilidade
de o casal do seu livro favorito de romance ser composto por duas pessoas
brancas, onde provavelmente uma delas tem olhos claros ou cabelo loiro?
Para aqueles que são fãs do
suspense, não duvido que o personagem principal daquele thriller que nunca sai
da sua cabeceira mora num bairro que nem parece existir no Brasil. Convido você, caro leitor, a avaliar suas
histórias favoritas e tentar me dizer que estou errada. Acredite, eu mesma
me avaliei e percebi que seguia esse padrão.
Ausência de personagens
principais não brancos, empregadas domésticas que sempre são descritas como
pessoas negras, romances cheios de abusos mascarados por palavras doces,
pessoas bem sucedidas sempre descritas como aquele cara alto, forte, loiro e
barbudo são apenas alguns dos exemplos de situações que encontramos
frequentemente em livros comercializados no Brasil e no mundo.
A grande questão aqui é que tudo o que deixamos fazer parte da nossa
vida acaba influenciando a forma como vemos as pessoas ao nosso redor.
Então, se estou sempre lendo
romances onde situações de abuso passam por aceitáveis, será que no dia a dia
não vou considerá-las aceitáveis também? Ou se nunca li um livro no qual uma
mulher é descrita em uma situação de poder, isso não vai influenciar a forma como
vejo as mulheres no meu local de trabalho?
Existe muito para discutirmos
sobre como nossa literatura pode ser uma aliada na luta a favor da diversidade
e inclusão, além de contra o preconceito. Tudo o que foi apontado até o momento
não passa de uma pequena pincelada nessa discussão. Por isso, eu convido você a
continuar acompanhando minhas postagens mensais no blog da ME Assessoria
Literária e partir nessa viagem cheia de debate e autoconhecimento comigo.
por isso que neste ano pretendo ler mais livros que contenham representatividade, principalmente que sejam os protagonistas!
ResponderExcluirQue maravilha, faz muito bem!
ExcluirMuito bem colocado... já li muito sobre isso. As histórias que lemos, e até filmes que vemos, tudo nos influencia, no nosso inconsciente. Muito relevante esse questionamento do post :)
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Com certeza, que bom que você gostou da reflexão sobre o assunto!
ExcluirUau, muita verdade nesse post, partir de agora agente vê completamente de uma forma diferente que até agora tinha passado despercebido, muito nescessário, parabéns
ResponderExcluirExatamente, agradecemos sua colaboração neste post :)
ExcluirVc nos trouxe um tema muito importante. Estou aqui pensando e como geralmente leio livros + antigos, realmente as histórias sempre trazem brancos como protagonistas. Estou lembrando apenas de um livro com uma médica preta.
ResponderExcluirBeijos/Kisses.
Anete Oliveira
Blog Coisitas e Coisinhas
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Que bom Anete que você achou o tema pertinente, espero que possamos ser a geração a mudar isso né?
ExcluirOlá,
ResponderExcluirQue post incrível! Isso é um ponto que sempre me incomodou nos livros. Adoro quando descubro livros com personagens fora desse padrão perfeitinho. Agora um ponto que citou e que é um dos que mais tem se destacado para mim nos últimos anos é sobre o abuso. O tanto de livro que romantiza o abuso é absurdo, e a grande preocupação é mesmo normalizar isso na vida real também.
Beijo!
www.amorpelaspaginas.com